Líder do Conselho Administrativo da CPAD fala sobre a campanha A Promessa

O pastor José Wellington Bezerra da Costa, 86 anos, presidente do Conselho Administrativo da CPAD, presidente de honra da CGADB, líder da Assembleia de Deus Ministério do Belém em São Paulo e da Convenção Fraternal das Assembleias de Deus Ministério do Belém em São Paulo (Confradesp), fala nesta entrevista sobre a importância da campanha nacional A Promessa, idealizada pela CPAD e lançada pela CGADB e a CPAD. Pastor José Wellington fala também sobre a sua experiência de batismo no Espírito Santo e como ela foi importante para a sua vida e seu ministério.

Como surgiu a campanha A Promessa?

Estávamos em reunião do Conselho Administrativo da CPAD, ocasião em que o irmão Ronaldo [diretor-executivo da editora] nos contou que teve uma direção de Deus, que ele recebeu uma inspiração de Deus para apresentar essa proposta intitulada A Promessa para que a Igreja voltasse a buscar o batismo no Espírito Santo. Eu acredito que Deus está neste negócio. Porque a vida da Assembleia de Deus é a presença do Espírito Santo. Temos como alicerce, como a maior força da Igreja, a operação de Deus, do Espírito Santo; e se isso está sendo colocado de lado, nós vamos nos tornando aqueles crentes formais. Se não tivermos cuidado, amanhã seremos um grupo de evangélicos como tantas outras denominações que aí estão. Daí porque eu acho que é de Deus. Aqui em São Paulo nós estamos colocando o pessoal para buscar ao Senhor em oração, procurando levá-los ao jejum, procurando ler a Bíblia com eles e esperamos que haja resultados palpáveis. Nós já tivemos aqui algumas reuniões de oração e Jesus já começou a batizar com o Espírito Santo. Eu espero que nós alcancemos, eu não sei se aquele total [110 mil], mas eu estou orando para que São Paulo continue dando a sua cooperação para a Igreja do Brasil. Este é um trabalho que dever continuar sendo sempre priorizado na Assembleia de Deus. Infelizmente algumas pessoas aceitam a Jesus e nós queremos logo saber se canta bem, se é músico. Olha, tudo bem, essas coisas podem ser aproveitadas na igreja, mas a prioridade é a vida espiritual. Então, no passado, os novos crentes só eram deixados de receber um cuidado muito maior quando eles eram batizados no Espírito Santo e nas águas. Aí sim ele tinha que andar quase que com os seus próprios pés. Mas até então eles recebiam uma assistência continuada da igreja, daquele padrinho espiritual, por assim dizer, daquele que ficou responsável, endereçado para cuidar daquele novo crente. Pois bem, mas eu acho que isso é uma obra do Espírito Santo e que devemos publicar, devemos incentivar para que a Igreja no Brasil volte à oração e a pedir o batismo com o Espírito Santo. Porque se pede Jesus dá. Não tenha nenhuma dúvida. Um dia desses nós realizamos um trabalho aqui com os irmãos e eu disse que nós iríamos orar e pedir para Jesus batizar 100 crentes com o Espírito Santo aqui no Belém, e passamos a fazer um período de oração. E no período que nós passamos, interessante, Jesus batizou 100 crentes, nem foi 101 e nem 99, foram 100 crentes. Eu disse aos irmãos: “Por que não pedimos 200?”. Nosso Deus está sempre pronto a nos responder. Então, vamos incentivar o Brasil inteiro para oração e buscar o batismo com o Espírito Santo. Vamos ver o resultado. Aqui nós vamos ter pessoas para contabilizar aquilo que Deus está fazendo. Vamos ver o que o Senhor Deus vai fazer até o mês de julho ou até outra data, se houver qualquer modificação.

Como foi a sua experiência pessoal de batismo no Espírito Santo?
Na verdade, em todo novo crente que conhece a Jesus como Salvador é despertado no coração, no espírito, esse desejo tremendo de receber o batismo no Espírito Santo. Eu estava doente, estava acamado. Depois do culto veio um grupo de irmãos me visitar, uns três ou quatro irmãos. Eles chegaram à minha casa e naturalmente foram levados até onde eu estava deitado, e ali aqueles irmãos cantaram alguns hinos, leram a Bíblia e nós oramos. Naquela oração, Jesus me curou e me batizou com o Espírito Santo. Foi uma bênção dupla aquela visita tão abençoada daqueles irmãos. Daí você vê o valor de uma visita feita na direção de Deus. O batismo no Espírito Santo dá uma dimensão espiritual maior na vida do crente. Eu entendo que se abre uma porta mais larga no céu para que o crente batizado com o Espírito Santo possa penetrar lá nos tesouros de Deus. Daí porque devemos incentivar constantemente. O crente pode gostar de ler a Bíblia, gostar de cantar, mas o batismo no Espírito Santo é imprescindível, mesmo porque é uma experiência pessoal, é uma confirmação da nossa fé, e quando nós falamos da vida ministerial, o batismo com o Espírito Santo é imprescindível. Nós não consagramos sequer um diácono se não for batizado com o Espírito Santo. Daí, para as outras funções na igreja nós também sempre exigimos. Eu me recordo que quando eu aceitei Jesus, naquele tempo não cantava ninguém no coral que não fosse batizado com Espírito Santo. Assim eram os nossos pais. Mas, graças a Deus, nós estamos procurando caminhar e Deus tem nos ajudado.

A partir daí a vida espiritual e ministerial do senhor deslancharam?
Olhe, na verdade a minha cooperação no culto como cooperador e pregador não começou aí, ela começou diferente. Eu congregava na Vila Espanhola [em São Paulo], isso no ano de 1954. Era uma congregaçãozinha pequena, era um salãozinho pequeno, talvez em dimensão de quatro metros por cinco. Nós éramos ali uns 18 a 20 crentes, e o dirigente da nossa congregação trabalhava em uma emissora de rádio e foi transferido para o período da noite. Assim, não pôde mais dirigir a congregação. Quando foi no primeiro culto, ele não veio e nós fomos orar. Dobramos os joelhos e fomos orar. Naquela oração, Deus usou uma irmã em profecia e nos disse o seguinte: “Do meio de vocês, escolhi um para cuidar da minha obra”. Terminou a oração, ficamos olhando um para o outro para saber quem era e fomos embora. Dois dias depois, o pastor do setor foi na minha casa e pediu para que eu dirigisse os cultos. Eu falei para ele que não sabia dirigir os cultos. Ele então me ensinou: “Canta três hinos, leia a Palavra, dê oportunidade para alguém dar um testemunho e, olha, canta mais outro hino, levanta a oferta; e se você quiser falar, fala um pouquinho…”. Então eu disse: “Só isso? Então, assim, vou ver se eu sei fazer”. Comecei a fazer e não é que eu gostei? Estou até hoje fazendo o mesmo trabalho.

A campanha A Promessa envolve também a leitura da Bíblia, que é fundamental para aquela pessoa que deseja caminhar de forma segura e estar realmente envolvido no Pentecostes, pois Pentecostes sem Bíblia não é nada. Fale-nos sobre a importância da leitura das Escrituras.
Nós já estabelecemos aqui em muitos setores e já começaram com a leitura da Bíblia. Orientei os irmãos para que sejam utilizados 10 minutos de cada culto em uma leitura responsiva junto com os irmãos durante esse tempo. Acredito que num período muito curto, tenhamos a Bíblia toda lida. Eu sempre tive o cuidado de orientar os novos convertidos a lerem o Novo Testamento […] Quando você começa por Mateus, o novo convertido começa a assimilar. Eu tenho quanto a isso o testemunho da minha mãe. Ela era muito católica e quando meu pai aceitou Jesus, falou para ela na época que agora era protestante, e ela foi falar com o padre onde ela se congregava. O padre falou para ela: “Minha filha, não pegue naquele livro da capa preta, que aquilo é do Cão. Eu vou lhe dar um livro para você ler”. Ele deu para ela um Novo Testamento. Minha mãe começou a ler e nunca mais foi à Igreja Católica. Na verdade, a leitura do Novo Testamento é muito salutar. Se fizermos a leitura da Bíblia, teremos bons resultados. Quando chegamos ao Livro de Deuteronômio, no Antigo Testamento, que faz uma recapitulação dos Livros que ficaram para trás, dos outros quatro Livros (Gênesis, Êxodo, Levítico e Números), e vamos do Livro de Josué para frente aí já é um livro histórico, as histórias da Bíblia, e começam, então, os Livros de Juízes, Samuel, Reis… Ali tem muita coisa que serve como modelo para a vida espiritual.

Fonte: Entrevista extraída do Jornal Mensageiro da Paz, Ano 91 – Número 1.629 – Fevereiro de 2021